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Um olhar fenomenológico para a infância

Updated: Oct 17

A infância é uma fase marcada por descobertas, curiosidade, mas também por desafios. Nem sempre a criança consegue expressar em palavras o que sente ou vive, e muitas vezes seus conflitos aparecem em forma de comportamento, brincadeiras, sintomas físicos ou dificuldades escolares. É nesse espaço que a análise existencial, com base fenomenológica, pode oferecer um caminho de cuidado.


A análise existencial parte da ideia de que cada criança é um ser único, livre e em constante construção de sentido. Inspirada pela fenomenologia, ela busca compreender a experiência vivida pela criança a partir de seu próprio olhar, sem interpretações prontas ou rótulos.

Aqui, não se trata de encaixar a criança em diagnósticos ou padrões de normalidade, mas de escutá-la na sua singularidade: como ela sente o mundo, como percebe a si mesma e como se relaciona com os outros.


A sessão pode envolver brincadeiras, desenhos, histórias ou diálogos, sempre escolhidos de acordo com o que a criança traz no momento. O terapeuta acompanha o fluxo da experiência e convida a criança a perceber o aqui-e-agora. Esse olhar ajuda a criança a tomar consciência de si mesma, fortalecendo autoestima, autonomia e capacidade de lidar com suas emoções.


Por que é importante?

A análise existencial, com base fenomenológica, contribui para que a criança:

• Se conheça melhor e aprenda a nomear o que sente;

• Desenvolva recursos internos para enfrentar desafios;

• Construa relações mais saudáveis com família, colegas e professores;

• Viva a infância de forma mais plena e significativa.


Mais do que “corrigir” comportamentos, essa abordagem aposta na potência de crescimento que existe em cada criança, reconhecendo que ela já é um ser de valor, digno de respeito e acolhimento em seu modo único de existir.


Perguntas frequentes dos pais sobre a psicoterapia infantil:

1. Como funciona?

A terapia infantil não se baseia apenas em conversa. A criança expressa o que sente principalmente por meio do brincar, desenhar, movimentar-se. O terapeuta não interpreta de fora — ele entra em contato com a experiência da criança no seu ritmo, respeitando seus modos de expressão.

 

2. E se meu filho não quiser falar?

Tudo bem. Na abordagem fenomenológica, o mais importante não é falar, mas estar junto com o que está vivo ali. A escuta se dá mesmo no silêncio, nos gestos, no jeito de brincar e no olhar. O terapeuta respeita esse tempo, sem forçar e sem invadir.

 

3. Em que situações a terapia pode ajudar uma criança?

A psicoterapia infantil pode ser útil em momentos desafiadores para a criança ou quando ela apresenta comportamentos ou sintomas que precisam ser acolhidos e compreendidos, tais como:

  • Mudanças bruscas de comportamento

  • Separação dos pais

  • Luto na família

  • Agressividade ou isolamento

  • Ansiedade, medos excessivos

  • Dificuldade de sono ou alimentação

  • Baixa autoestima ou insegurança

  • Dificuldades escolares

  • Traumas ou situações de violência



4. Os pais participam do processo terapêutico?

Sim. A participação dos responsáveis é parte essencial do processo. A terapia infantil envolve encontros de escuta com os pais, onde falamos sobre a criança, mas também acolhemos suas angústias como cuidadores. Afinal, uma criança nunca está sozinha em seu mundo — ela faz parte de uma rede de vínculos.

 

5. Como posso ajudar meu filho em casa?

Você não precisa ter todas as respostas. Mas pode ajudar muito ao:

  • Oferecer escuta sem julgamento

  • Validar os sentimentos da criança

  • Evitar pressões como “engole o choro” ou “isso é bobagem”

  • Criar momentos de conexão (mesmo que breves)

  • Procurar ajuda profissional sem culpa ou vergonha


Estar disponível já é, muitas vezes, o que seu filho mais precisa.

Toda criança, quando escutada de verdade, encontra novos caminhos para ser. Se você sente que chegou a hora de buscar apoio para o seu filho — e também para você — estou aqui.



 
 
 

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